quarta-feira, 30 de julho de 2008

O ovo ou a galinha?



Quem nasceu primeiro: a crise ou a notícia da sua chegada? Há muito que o país não está bem. Vem de uma agonia que teve início no final de 2001 e coxeia devagar tentando sobreviver. Toda a gente o vê. Não precisamos de o relembrar diariamente. Ou precisamos? Se calhar precisamos... Há vários meses que é isso os media nacionais o fazem. Primeiro foi a criminalidade, com o carjacking em destaque; depois as falências, com piquetes à porta e empresários fugidos; agora as dívidas, as quebras na venda de pão, as férias adiadas. Entre um investimento e uma falência, a segunda ganha os pontos e a gestão das equipas é feita em função daquilo que mais vende. A crise existe, mas vai sendo reforçada por notícias pessimistas. Quem está bem não investe, não arrisca e retrai-se. Quem está mal vai piorando. Os resultados da Sonda são ambíguos: por um lado “a comunicação social não está a empolar a crise”, mas por outro “deve explorar mais exemplos positivos na economia nacional”. Em que ficamos? Quanto vale afinal a crise para os media nacionais?

RVF

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