A notícia do eventual fecho de “O Primeiro de Janeiro” está longe de ser mais um sinal da crise. É uma morte anunciada há muito, mas da qual devem ser retiradas algumas conclusões. Com alguns bons jornalistas na edição, o jornal baseou o modelo de gestão em salários baixos e fracas perspectivas de carreira. Por outro lado, o modelo comercial, assente na venda de publireportagens, confundia o mercado e desprestigiava a área editorial. Para quem estava dentro as fronteiras seriam claras; para quem via de fora estávamos perante um claro abuso das fronteiras jornalísticas. Os comercias vendiam “artigos” e o mercado desacreditou projecto. De tudo o que li registo uma boa ideia: passar o jornal a gratuito. Esta seria uma forma de aumentar a circulação e tornar o projecto novamente apetecível comercialmente. Mas mesmo neste cenário é urgente estancar esta abordagem comercial. O projecto deve assumir o que quer ser: ou um jornal editorial, com bons editores e fronteiras definidas; ou um panfleto comercial, com bons gestores de produto e agressividade quanto baste. Não se queira o melhor dos dois mundos.
RVF
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