O Governo anunciou a subida do salário mínimo nacional em 5,6 por cento, para 450 euros. A medida parece-me relevante, ainda mais se a enquadrarmos no período de crise financeira que se vive. Contudo, parece-me excessivo colocar a tónica na perda de competitividade da economia nacional, insinuando que era melhor os salários serem mantidos em baixa e o posto de trabalho não se perder. É certo que a medida abrange mais de 200 mil trabalhadores portugueses, mas não são os custos com o pessoal (que recebe o salário mínimo) a única variante económica de uma empresa. Parece-me quase escandaloso dizer que o aumento levará à falência de muitas empresas, quando existem muitos problemas de (má) gestão associados a companhias em risco. Possivelmente a medida agravará alguns casos complicados, mas não é justo atribuir a culpa aos aumentos agora anunciados. A decisão cheira a eleitoralista, mas revela que o esforço levado a cabo por este Governo ao nível das contas públicas tem sido eficaz, e pelo menos neste capítulo Portugal não é a ovelha negra.
RVF
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