Foi inaugurado no Porto (e comunicado pela Central de Informação) o primeiro hotel low cost do país. Um hotel de baixo custo, com design atraente e um preço fora de moda. O conceito faz todo o sentido. Para quê pagar luxos de que não necessitamos. Mas a chegada deste hotel não é apenas isso. É mais um indicador claro que a Geração Low Cost começa a ganhar (algum) poder de compra e a poder decidir por si própria. Primeiro foi o boom de downloads na internet, mais tarde as companhias aéreas, depois as subredes de telemóveis, agora os hotéis. Eles chegaram: estão aí os jovens da nova geração, substituindo a Geração Rasca que já ocupa hoje a liderança de empresas e de famílias. Não vejo com maus olhos esta nova geração. Parecem-me mais activos, interessados e com maior mobilidade do que os da geração anterior. Preocupa-me apenas a sua falta de ambição. São os "low cost", habituados a pagar pouco, a pagar apenas o que utilizam, a partilhar na rede e em comunidades virtuais, a não ter grandes vínculos, a não ter grandes sonhos. Há uns dias, numa ronda de entrevistas de recrutamento, percebemos que as expectativas salariais não chegavam aos 500 euros. É a geração low cost: poucas despesas, poucos recursos. As marcas começam a adaptar-se a este novo paradigma, criando produtos pensados para o alvo, onde a fidelização é palavra proibida. Quer-se liberdade, quer-se partilha. E este é o reflexo do país que sobra. Poucas oportunidades, poucas seguranças e um mundo inteiro como mercado virtual de trabalho. A Geração Low Cost parte num próximo voo... para um destino longe de si.
RVF
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