sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O pessimismo do pessimismo


É comum ouvirmos nos media nacionais que “os portugueses são pessimistas”. Acho esta análise curiosa e ao mesmo tempo reveladora. Não será pessimismo pensar que os portugueses são pessimistas? E não serão os media nacionais também eles pessimistas ou colocarem sistematicamente o enfoque nesta questão? Conheço muitas pessoas que dizem ter deixado de ler jornais e de ver televisão por não quererem ficar deprimidas. Será este o papel dos media? Será apenas com uma linha editorial voltada para a crise, para a violência, para acidentes mais ou menos relevantes que se conquistam audiências? Acho, claramente, que não. Na edição de Julho da Sonda procurámos desvendar esta questão junto das chefias jornalísticas. Cerca de 80 por cento admitiu que poderiam sem explorados mais casos positivos na sociedade nacional. Porém, (praticamente) os mesmo deixaram claro que os media não devem ter um “papel motivador em períodos de crise”. Com ou sem “Dever”, penso que numa conjuntura como a actual há um espaço mais do que interessante para um jornalismo mais positivo, que destaque boas práticas e que aponte caminhos para uma sociedade que se começa a sentir impotente, ameaçada, quase condenada.

RVF

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