Quando se fala em comunicação, é habitual usar-se exemplos políticos para destacar boas práticas ao nível da gestão da informação. Os políticos, mais que a generalidade dos empresários, estão habituados a pressão mediática, a questões difíceis, ao dito pelo não dito. O PSD não é excepção. O problema actual é a indecisão quanto à estratégia. Em tempos falavam de menos; agora falam de mais. As declarações de Ferreira Leite acerca do “pause” na democracia podem até estar a ser alvo de descontextualização (que quanto a mim estão), mas não são próprias de um líder do principal partido da oposição. Ainda mais num momento particularmente delicado para o partido de Governo. Se em tempos se exigia acção; agora exigia-se ponderação. Os professores faziam na rua o que a oposição não conseguia fazer em Assembleia. A receita era silêncio e capitalização do descontentamento contagioso. A opção foi a errada, e do “risco” da perda de maioria (segundo António Costa), passa-se para o “risco” de uma corrida solitária rumo à segunda maioria. O PSD só se pode culpar a si próprio pelo desnorte dos últimos tempos. E a má comunicação mais não é que o espelho da má gestão interna e da ausência de sintonias de liderança.
RVF
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