O anúncio de despedimento colectivo na Controlinveste não poderia representar um pior início de ano para o sector da comunicação social nacional. Estamos a falar de 122 pessoas, mais de 50 jornalistas de meios como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias… Um sinal claro da forma coma a administração do grupo vê as redacções e perspectiva um modelo industrial de concepção das edições. Convenhamos: é sempre possível fazer com menos recursos. Os títulos não deixaram de ser publicados e aparentemente nada muda. Mas na prática muda muito. Muda a diferenciação entre títulos; muda a dependência face às fontes; muda o poder dos próprios meios face aos poderes políticos e económicos. Cortar, desta forma, nas redacções é cortar pequenas fatias à democracia e acreditar que os títulos valem por si. É criar um regime de medo que beneficia os abusos, as ingerências; a instrumentalização. Esta é, por isso, uma notícia que nos deve deixar a todos (sociedade portuguesa) muito preocupados. E se no curtíssimo prazo sei que beneficia o poder das agências de comunicação nas redacções (pela falta de recursos), a medio prazo sei que prejudica o país e que representa um passo atrás neste ideal de país democrático.
RVF
RVF
1 comentário:
O problema é que esta falta de tacto é extensível a grupos como a Sonae.com (salvam-se, para já, a Impresa e a MediaCapital...), para quem gerir meios de comunicação social equivale a gerir as prateleiras do Continente. À boleia dos tempos que correm, aproveita-se para cortar as chamadas "gorduras" - seja lá o que isso for. A democracia não corre risco de vida, mas é bem provável que fique ligada à máquina.
Cumprimentos,
Edgar Correia
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