quarta-feira, 12 de agosto de 2009

De mão em mão…


Os últimos tempos têm sido marcados por uma pandemia de notícias sobre o H1N1. Televisões, rádios e jornais fazem balanços diários da evolução da gripe, sem que, mesmo assim, os portugueses se apercebem da verdadeira dimensão do problema. Para já, e com pouco mais de 600 casos registados (a esmagadora maioria já tratados), Portugal continua a ser um local relativamente seguro, não havendo, aparentemente, motivos para pânico. Mas se olharmos para o lado, onde em Espanha a doença já causou 10 mortos e avança a um alucinante ritmo de 12 a 16 mil novos casos por semana, o problema pode não ser assim tão ligeiro. E ainda mais se pensarmos que Setembro e Outubro marcarão uma nova fase da doença, precisamente numa época de regresso à escola. Pergunto: com o possível encerramento de muitos estabelecimentos de ensino (principalmente infantários e escolas do ensino básico) como farão os portugueses (as mães portuguesas) para trabalhar? Como fará a economia nacional para não abrandar ainda mais? Por isso mesmo estranho a ausência de uma campanha massiva de mudança (temporária) de hábitos. Não tenho dúvidas que muito do trajecto da doença se fará por via de apertos de mão e beijos de cumprimento. Não fará sentido apelar a um corte temporário em todos os contactos físicos “desnecessários”? Já sei que convencer os políticos a abdicar das feiras e beijinhos não é de todo viável, mas fará sentido a generalidade dos portugueses manter um hábito que pode acelerar rapidamente a transmissão da doença? Ou será necessário começar a morrer gente?

RVF

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