quarta-feira, 4 de março de 2009

Control(des)invest


Vários trabalhadores do “Jornal de Notícias”, do “Diário de Notícias”, do “24 Horas” e de “O Jogo” fazem hoje greve. São eles jornalistas, gráficos, técnicos e outros profissionais que se sentem injustiçados pela decisão de despedimento imposta pela administração da Controlinvest e pela recusa de negociação por uma solução que, defendem, parece existir. O problema é grave, afectará muitas famílias e deixará sem perspectivas (pelo menos na área da comunicação social) muitos profissionais. Por isso mesmo, o grupo lesado apela a uma reacção da sociedade civil para que juntos criem um movimento de solidariedade. O que está a acontecer, na prática, é mais uma réplica dos muitos sismos que abalam a economia. É mais uma redução numa “fábrica” grande, que deixará na rua mais de uma centena de trabalhadores. Custa mais porque é numa “produção” que conhecemos, em “produtos” que compramos. Mas possivelmente será tão legítima a redução em fábricas de calçado ou de componentes para a indústria automóvel, como o é para a Controlinvest. O investimento publicitário baixa, os lucros baixam, a estrutura ganha um peso maior. Em situações como esta a tendência é olharmos para o nosso umbigo. É isso que está a fazer quem protesta. É isso que está a fazer quem despede. Faz parte da natureza humana.

RVF

3 comentários:

Anónimo disse...

Tenho outra leitura: é em momentos como este, de "crise", que alguns aproveitam para limpar a casa dos excessos de que se tentaram livrar há meses atrás. Aconteceu no JN, no DN e n'O Jogo. A questão é que a Controlinveste não pode fechar as delegações destes jornais, duas delas em Lisboa. Creio que está mais no método como se fazem as coisas, do que propriamente no acto em si. E os responsáveis da Controlinveste já provaram não conseguir andar direito na loja de porcelana.

Saudações,

Edgar Correia

Eduardo Pamplona disse...

Falta saber até que ponto a qualidade jornalística destes produtos será posta em causa...

Mário Barros disse...

Meu amigo, isso o tempo o dirá. E olha que falo com conhecimento perfeito de causa, modéstia ( ou não) à parte.